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Pontos eternos de saudade

 

Ademir Medici

Do Diário do Grande ABC

 

"Eterna saudade de sua esposa dona Zelinda", registra o túmulo de Luiz Pinto Flaquer no Cemitério da Saudade, Vila Assunção, em Santo André. Luiz Pinto Flaquer, nome de rua no Centro, falecido em 2-10-1908, há mais de 100 anos, com a saudade eterna da sua mulher, que partiu tantos anos atrás.

Na entrada do cemitério, o túmulo de Lourenço Franceschi, falecido em 17-6-1909, quase um ano depois da morte de Luiz Pinto Flaquer, cujo túmulo está num ponto mais retirado do cemitério, fora da rua principal, onde Franceschi foi sepultado.

São muitas histórias. Diz-se que Lourenço Franceschi era pedreiro. Construiu os muros originais do Cemitério da Saudade, quando da formação do mesmo.

Os mesmos muros que estão ali, hoje acrescidos de alguns centímetros para cima, para evitar a ação de assaltantes durante a noite.Pois Lourenço foi o primeiro andreense sepultado na Saudade. Mas como, se Luiz Pinto Flaquer faleceu um ano antes? Explica-se também. Muito provavelmente Flaquer foi sepultado em São Bernardo.

E quando o cemitério de Santo André foi formado, seus restos mortais para aqui foram transladados.Histórias do nosso cemitério-museu, documentadas pelo repórter-fotográfico Dino Santos, da assessoria de imprensa do Sindicato dos Químicos do ABC.

Dino documentou também o túmulo do aviador Natalino Cariffi, que foi instrutor do Aeroclube de Santo André e morto num acidente aéreo no Rio e Janeiro, hoje nome de rua no bairro Santa Terezinha. A hélice do seu avião está no cemitério.

Antes ficava junto ao túmulo. Hoje, também por segurança, está preservada num local mantido em segredo na própria necrópole, para não desaparecer.C

omo os demais cemitérios do Grande ABC, o da Saudade foi construído longe do centro histórico da cidade. A mancha urbana avançou e envolveu o cemitério, mas este preserva tantas informações e as mensagens singelas como a de dona Zelinda

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