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CEMITÉRIO DA VILA EUCLIDES

FONTE: DIÁRIO DO GRANDE ABC

 

 

Cemitério de Vila Euclides tem 476 túmulos violados Ademir MediciDo Diário do Grande ABC Até ontem, 476 túmulos do mais antigo cemitério do Grande ABC, o Municipal de Vila Euclides, em São Bernardo, haviam sido alvo de furtos por interessados em revender os metais. Foram levadas não só portas como também placas e demais inscrições. Inclusive as pequenas identificações do patrimônio de cada sepultura desapareceram.

 

A falta de monitoramento, segundo funcionários, teria facilitado as ocorrências.O número de jazigos violados corresponde a quase 10% do total de sepulturas, cerca de 5.000. A equipe do Diário fotografou 74 delas, a maioria pertencente a famílias antigas, algumas fundadoras do Núcleo Colonial de São Bernardo, em 1877 . Famílias Vertamatti, Caputo, Sabatini, Pinotti, Demarchi, Scopel, Ducca, Magnani e Angeli estão entre as proprietárias das estruturas violadas.

 

Da lista consta o túmulo do ex-vereador José Ginez Ramble, mais conhecido por Tudo Azul, e outros de núcleos japoneses, como Inoue, Takashima, Uematsu, Kuba e Fujimori.Parte das entradas das portas furtadas foi fechada com telas ou tábuas de madeira. Mas, na maioria dos casos, os espaços continuam abertos. A localização dos túmulos atingidos indica que os criminosos entraram no cemitério pela Rua Senador Flaquer, onde se realiza feira livre semanalmente. Mas há casos de sepulturas centrais, próximas à capela comunitária. Na parte de acesso pelo portão principal, nada foi constatado. RONDA Funcionários não sabem precisar quantos dias o Cemitério de Vila Euclides permaneceu sem segurança noturna, mas garantem que a vigília foi suspensa. O monitoramento de prédios e espaços públicos é de responsabilidade da GCM (Guarda Civil Municipal).

 

A Prefeitura registrou boletim de ocorrência no 1º DP (Centro) depois de tomar ciência de um dos furtos, no dia 4. Ainda segundo funcionários, na semana passada a guarda voltou a destacar ronda noturna em torno do cemitério. Os próprios trabalhadores do local realizaram o levantamento preliminar que constatou a violação dos 476 jazigos. As outras imagens produzidas pela equipe do Diário serão publicadas na coluna Memória a partir de amanhã.

 

PREFEITURA

 

 

Procurada, a Prefeitura não confirmou o número de estruturas danificadas, mas garantiu que o cemitério conta com vigias que fazem a ronda no local dia e noite.

 

Após as ocorrências de furtos, afirma o Executivo, a Secretaria de Segurança Urbana reforçou a vigilância durante a noite, com rondas da GCM.Por se tratar de um cemitério tombado pelo Compahc (Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural de São Bernardo), a administração diz que qualquer intervenção para melhorar a segurança no local – como, por exemplo, aumento de grades e muros – precisa de autorização do órgão. Em janeiro, será realizado encontro para definir a questão.A Prefeitura não informou se irá ressarcir as famílias que tiveram seus jazigos violados.Espaço abriga a história da cidade e de moradores ilustresO Cemitério de Vila Euclides data da segunda metade do século 19. Até então, os sepultamentos eram realizados atrás da Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, no chamado Cemitério dos Bexiguentos, no Caminho do Pilar, ambos desativados.

 

Na época da sua criação, e até a formação do Cemitério da Saudade, em Vila Assunção, a maioria dos sepultamentos era realizada no então chamado Cemitério Municipal, hoje o da Vila Euclides. As exceções ficavam por conta de casos de São Caetano – que também utilizava cemitérios paulistanos – Ribeirão Pires, com cemitério atrás da capela do Pilar, e Paranapiacaba, que ganhou o Cemitério Bom Jesus no fim do século 19. Assim, o Cemitério de Vila Euclides recebeu sepultamentos de famílias antigas também do bairro da Estação, depois Distrito e Município de Santo André, entre os quais o do ex-vereador Homero Thon, hoje nome de bairro. Na época da formação da Represa Billings, vários técnicos e operários canadenses foram sepultados neste cemitério, o que se comprova com inscrições em seus túmulos redigidas em inglês. Nomes importantes da indústria e economia estão sepultados no Cemitério de Vila Euclides, entre os quais o empresário Salvador Arena, da Termomecânica, que criou fundação que leva o seu nome. Por tudo isso, nomes da sociedade são-bernardense, tendo à frente a senhora Myrths Setti Braga, atuaram intensamente para a preservação histórica do Cemitério de Vila Euclides, solicitando o seu tombamento.

 

 

 

 

 

 

 

        

Cemiterio da vila euclides

 

"Ademir Médici / Prof. João Paulo"

 

A preocupação com a preservação do Cemitério da Vila Euclides remonta a 1990 quando se registra a mobilização da sociedade civil e também do poder público em discutir ações, propor medidas e implementar legislações tendo como objetivo proteger esse monumento.

No entanto, foi em 5 de junho de 2002 que o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de São Bernardo do campo COMPAHC-SBC aprovou o tombamento provisório da área total do cemitério incluindo o conjunto de jazigos, os espaços de arborização e de circulação (área do terreno: 47.000m² e 4.800 jazigos aproximadamente).

Desde o seu tombamento, a execução de estudos, tais como o inventário de arborização e inventário de jazigos têm sido fundamentais para compatibilizar o seu uso com a preservação. E, ainda, o apoio da sociedade civil, que identificou o cemitério como um bem cultural de São Bernardo do Campo e solicitou ao poder público a sua proteção ( Myrtes Setti Braga, Conrado Corazza, Ciro Cassetari), ajudando também a fiscalizar a sua conservação.A Seção de Patrimônio, unidade que dá apoio técnico administrativo ao COMPAHC-SBC, recebe em média, ao mês, 15 processos de solicitação de intervenção em jazigos (pedidos de reforma e/ou construção). Assim que o documento chega à unidade é realizada a primeira vistoria, com o registro fotográfico e a verificação in loco do pedido, onde são dadas as diretrizes para intervenção, definidas após vários estudos, de acordo com a tipologia identificada.

Caso autorizado, encaminha-se para a execução do serviço, com a recomendação de retorno após executado, para que se faça a segunda vistoria e a constatação do atendimento das diretrizes.

Um dos primeiros trabalhos realizados na época, no sentido de preservar os jazigos, foi feito pela Administração do Cemitério com o respaldo do COMPAHC-SBC, que foi localizar o permissionário daqueles túmulos que aparentemente estavam abandonados.

Na última reunião do COMPAHC-SBC, ocorrida na quarta-feira (03/11) foi designado um grupo de trabalho, procedimento de rotina para estudos e conservação de bens culturais, para reavaliar as diretrizes de proteção do local, em especial de túmulos que classificamos como fase pioneira, cujo número é de 237 jazigos, identificados e contabilizados num levantamento de 2008.

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