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Mem.dia 17/06/09

 

HÁ CEM ANOS SANTO ANDRÉ GANHAVA O CEMITÉRIO DA SAUDADE:

 

O mais antigo cemitério urbano de Santo André celebra hoje seu 1º. Centenário. Ele foi inaugurado em 17 de junho de 1909, quando do 1º. Sepultamento registrado, o de Lourenço Franceschi ( 1879-1909).

 

Este túmulo histórico fica na quadra 1, junto à entrada principal. Octaviano Armando Gaiarsa conta em seu livro clássico A Cidade que Dormiu Três Séculos ( PMSA-1968) que a área do cemitério foi cedida à municipalidade por Maria de Freitas Fláquer.

 

CENTENÁRIO

Mem.dia 18/06/2009

 

O centenário do Cemitério da Saudade será lembrado no domingo, a partir das 9h. com vários eventos programados pelo Serviço Funerário do Município de Santo André e Prefeitura de Santo André. Haverá ato ecumênico, apresentação musical e inauguração de exposição permanente de fotografias que contam a história do cemitério. A solenidade comemorativa ao centenário do Cemitério da Saudade terá a seguinte programação:

 

1 - Abertura pela Banda Lira de Santo André, a mais antiga do Grande ABC e que no passado acompanhava os cortejos fúnebres executando vários números musicais adequados.

 

2 - Ato ecumênico. Participação de representantes da Igreja Católica, Maria Evani Souza de Moraes( Igreja Matriz ); do Espiritismo, Rosângela Travençuolo ( Centro Espírita Palmas da Paz ); E Igrejas evangélicas, pastor Laércio Elisiário ( da Igreja Avivamento Bíblico do Jardim Alvorada ).

 

3 - Palavras das autoridades;

 

4 - Homenagem a Geraldo Alves de Oliveira, antigo funcionário do Serviço Funerário, que se aposentou em maio.

 

5 - Concerto da Lira, sob a regência do maestro Clauricio Cipriano. 6 - Apresentação do Coral do Grupo Convivência da Terceira Idade Força Viva, sob a regência de Fábio Henrique Pereira da Silva e com a cantora Maria Tereza Gonçalves. O centenário será marcado com a abertura de uma exposição permanente de Banners com fotos que contam a história do cemitério.

 

Mem.dia 21 de junho de 2009

 

UMA FESTA NA MANHÃ DE DOMINGO. NO CEMITÉRIO ...

CURIOSIDADES

 

A FAMÍLIA FLÁQUER POR TER DOADO O TERRENO PARA O CEMITÉRIO ESTA ISENTA DE TAXAS COMO DE EXUMAÇÃO E SEPULTAMENTO.- O ESCRAVO JANUÁRIO CAMARGO, O LOURENÇO FRANCESCHI E O AVIADOR NATALINO CARIFI TIVERAM DOAÇÃO DE SEUS TÚMULOS. Informações dadas por funcionário do Cemitério.

 

FOI NO MANDATO DO PREFEITO SALADINO QUE SE CONSTRUIU O NECROTÉRIO DO CEMITÉRIO DEVIDO ÀS PREOCUPAÇÕES COM A SAÚDE PÚBLICA.

 

Muitas das histórias contadas fazem parte da lenda popular, tanto é que acabamos tendo algumas relatadas com diversas versões.

 

 

Placa na frente da capela. Note referência da cidade de São Bernardo.

Esse túmulo apresenta a coluna "quebrada". Isso é um símbolo. Quer dizer que a pessoa faleceu não de morte natural e sim, que sua vida foi seifada. Ouvi dois relatos sobre esse caso. Um é de que a pessoa havia um acidente grave no local do trabalho, o outro é de que a pessoa havia se suicidado.

Note que na placa sita a cidade de São Bernardo. Época que Santo André ainda fazia parte daquela cidade.

DEPOIMENTOS DADO POR FUNCIONÁRIOS:

 

E. C. S., Encarregado do Cemitério há quatro anos, diz que o mais difícil é quando você vê o desespero de uma família e se coloca no lugar dela e pensa: e eu numa situação dessas, como agiria. O mais triste é quando vê crianças e jovens mortos. Um dos casos que lhe marcou foi a morte de um casal jovem motoqueiros que mexeu com ele.Segundo E. é no dia a dia que você vai aprendendo a se estruturar psicologicamente e se preparando para as situações, mas , às vezes tem casos que mesmo assim acabam abalando.

 

Para D. A. G., que é Auxiliar administrativo, o mais triste e você ver a família chegando desesperada, numa situação de perda de um ente querido e você tem de virar para ela e dizer: a taxa do sepultamento é tanto.

 

M. S. trabalha, há 8 anos no Cemitério com exumação e serviços gerais. Só não faz sepultamento porque não gosta do monte de gente que fica envolta olhando, se sente mal com isso. De resto acha o seu trabalho comum, como o de outro qualquer. Só quando conta para alguém que trabalha no Cemitério é que complica. As pessoas ficam receosas e ele já nem fala mais onde trabalha. Segundo ele o tempo certo para fazer uma exumação é pra mais de cinco anos, pois antes disso corre-se o risco de pegar o corpo ainda como se fosse uma “múmia’, e também nunca pode se esquecer das luvas e máscara, “tem muito mosquito” diz ele. Já aconteceu isso com ele. A família exigiu que exumassem um familiar e o corpo ainda estava igual ao de uma múmia. Quando é assim o trabalho é mais difícil porque tem que quebrar os ossos para eles poderem passar por uma abertura do ossário de mais ou menos 50x50. Segundo M., para exumar um corpo ele leva de 15 a 20 minutos ( retirada do caixão e dos ossos. )

Exumação com menos de 5 anos

            Saco plático ou caixa para ossos

J. M faz limpeza nos túmulos. O serviço começou com a vó dela, depois pra mãe e agora pra ela. J. chega a limpar uns 40 túmulos por dia, o que é bem cansativo segundo ela. Ela trabalha para umas 200 famílias e o acordo é feito verbalmente. Chega a ganhar mais ou menos 30 reais/ Mês por família.J. disse que também já ouviu falar da história de uma moça e um moço que estavam para se casar e próximo ao casamento descobriram que eram irmãos ( parece que adotivos ) e aí se mataram.Também falou sobre a história da Vanilda que segundo o que a mãe da própria moça lhe contou, Vanilda morreu de decepção grávida, pois o marido apareceu no hospital para visitá-la na companhia de outra mulher. Outra pessoa que confirma a história dos irmãos é Z. M. A. ( 67 ) . Moradora de Santo André diz que quando era menina ia visitar o túmulo da avó e sempre passava pelos túmulos da santinha, dos dois irmãos, que segundo ela foram sepultados no mesmo jazigo, e do aviador que na época mantinha a hélice do avião de madeira junto ao túmulo.Um funcionário relatou que esse túmulo depois foi vendido e hoje está no lugar o jazigo do Prefeito Lincon Grillo.

 

Agradecimentos aos funcionários: E. C. de S., D. A.G., M.S., J. M., J.A.A, M.S.A., A.B.

 

Prefeito da época

Alfredo Luiz Fláquer (07/01/1896 a 1899 e 1902 a 15/07/1914)Nasceu a 23/05/1864, em Itú, São Paulo. Era industrial e, com sua esposa doou terreno para o Cemitério da Saudade. Foi um dos signatários do abaixo-assinado protocolado em 16/08/1889 na Secretaria do Governo do Estado, no qual se solicitava a marcação de eleições de vereadores para a instalação da Câmara Municipal. Foi vereador nos períodos de 1896-1898, 1902-1914 e 1923-1925. Renunciou, em 1914, ao mandato de prefeito e vereador, devido a críticas quanto à aplicação de recursos públicos. Apesar da renúncia, continuou a ter papel importante na vida política da cidade, mesmo depois da Revolução de 1930. Faleceu em 10/04/1948.

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